Como diria o poeta Maiakovski: "O mar da história é
agitado".
Passei 20 anos da
minha vida procurando por este livro, do qual tomei conhecimento na faculdade
numa aula da disciplina de América IV, se não me falha a memória. A única vez
que o encontrei, foi num encontro regional ou nacional de estudantes de
História, ou num Congresso da UNE, não me lembro mais. Mas eu não tinha
dinheiro para comprar. Era comprar comida ou o livro.
Sábado último
passado, o ex presidente Lula citou a obra durante o seu discurso em frente ao
sindicato dos metalúrgicos do ABC, em São Bernardo do Campo. Obviamente, toda esta história saltou à
memória.
Horas mais tarde, no
mesmo dia, compareci a um Sarau promovido por pessoas ligadas à área da saúde
alinhadas com a terapêutica da arte e do encontro preconizada por Nise da
Silveira. Eis que encontro o livro à venda pelo valor simbólico de R$5,00. Que
felicidade e que coincidência!
Ontem, domingo, rumo
a um encontro de família, viajei de trem enquanto começava a ler a obra. E
pensando como a situação na Bolívia está diferente dos anos 70.
No retorno para Caieiras, sacolejando novamente no trem,
tomo conhecimento do Golpe na Bolívia. Um claro e evidente ataque à democracia
e ao povo boliviano.
Qualquer erro ou crítica ao governo de Evo Morales não
apagará jamais o fato do Golpe e a violência institucional e militar, junto ao
terrorismo de Estado.
Senti mais do que o
sacolejar do trem, senti as ondas do mar revolto da história descritas pelo
poeta. Em poucas horas, a soltura de Lula, o discurso dele citando o livro, o
encontro deste no sebo, o início de sua leitura, e o conhecimento do golpe na
Bolívia.
Que o povo boliviano
tenha forças para resistir. Que chegue ajuda humanitária, que alguém faça algo
para barrar a barbárie que se instalou no país de nuestros hermanos.
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