Por
que defender o povo Curdo?
Quem
são os curdos?
Os curdos são um povo (e
uma nação) de origem milenar, com registros escritos da sua língua e da sua existência
desde a Idade Antiga na região do Oriente Médio.
Onde
vivem?
Os curdos sofrem com o
grave problema de serem um povo sem um país. Existem milhões de curdos
espalhados pela Turquia, pelo Irã, pela Armênia, pelo Iraque e pela Síria. Nestes diferentes
países, são minoria étnica e a sua vida, cultura, língua, comunicação e modo de
vida sofrem diferentes restrições. Talvez o caso mais grave seja na Turquia,
onde vive a maioria dos curdos que permanecem na Ásia, com população aproximada
de 14 milhões, o que constituiu praticamente metade deste povo. Ao final da
Primeira Guerra Mundial (e com o fim do Império Turco), um tratado de 1919
deveria garantir um Estado Curdistão, mas isso não foi cumprido em tratado
posterior. Milhares de curdos foram mortos, e outros milhares são perseguidos até hoje, tendo
suas vilas literalmente "varridas do mapa".
Não foi diferente no
Irã, durante a Revolução Iraniana (1979), e até hoje os ativistas pelos direitos
humanos são perseguidos, presos e até mortos. A vigilância do governo iraniano
sobre eles é constante.
Na Síria, o caso não é
muito diferente. No país em que nenhum partido político é permitido, os curdos
sofrem severas restrições, como a proibição de registrarem seus filhos com
nomes de sua língua pátria, proibição de publicações e livros em curdo, direito
à nacionalidade síria negado e privados de qualquer direito social.
Também existem curdos
vivendo na Armênia e no Azerbaijão. Em nenhum destes países vivem em paz, tendo
sofrido ataques e deportações. Existe uma importante parcela do povo curdo que emigrou
para a Rússia, a Europa Ocidental, os Estados Unidos e o Canadá.
Como
é a cultura curda e qual a importância deste povo?
Entre os curdos, as
mulheres gozam de grande liberdade. De maioria muçulmana, as curdas não são
obrigadas a usar véu, cobrir o rosto ou usar roupas que escondam o corpo.
Pelo contrário, usam calças, fazem parte dos corajosos exércitos que enfrentaram
o famigerado ISIS (Estado Islâmico), assumem posições de comando e têm grande
autonomia na sociedade deste povo. Além disso, são inegáveis os seus
posicionamentos feministas, ecológicos e democráticos, principalmente em
Rojava, comunidade autônoma localizada no Norte-Nordeste da Síria.
O
que acontece com os curdos neste momento?
Basicamente, no
enfrentamento direto com o ISIS, contribuiu contra a barbárie deste grupo
violento, misógino, homofóbico, que hoje agoniza e visava um governo teocrático radical aos
moldes do pior que existiu na Idade Média, incluindo execuções ao vivo ("lives")
de jornalistas e opositores.
A retirada dos EUA da
Síria (que não era uma ocupação militar como a do Iraque, por exemplo) jogou os curdos à própria sorte contra o Exército Turco e contra o ISIS.
Em mais uma manifestação de desprezo aos direitos humanos, o Presidente Donald
Trump pronunciou um discurso carregado de ironia sanguinária, ao declarar que "Os curdos não
nos ajudaram na Normandia" (como se isso fosse possível) - referindo-se ao "Dia D" em 1944,
já na fase final da Segunda Guerra Mundial, quando o exército estadunidense
desembarcou na Normandia (França) e iniciou uma importante derrocada dos
exércitos nazistas e fascistas. Ao se pronunciar desta forma, Trump mais uma
vez brincou com a morte de milhares de seres humanos, como se fosse uma
verdadeira "rifa". Muitos membros do ISIS estão presos sob o poder dos curdos, que agora correm o risco de enfrentar a "ressurreição" desta violenta organização, enquanto sofre ataques do exército turco.
Apoiar o povo curdo é
apoiar um governo democrático, apoiar a emancipação feminina e a ecologia.
Apoiar o povo curdo é estar do lado contrário da barbárie, da morte, da devastação,
e a favor da autodeterminação de cada povo.
Viva o povo curdo e a
sua luta pela democracia e por sua própria continuidade!!
Abaixo a política imperialista do governo estadunidense, que serve somente aos seus próprios interesses econômicos e trata com desprezo a vida e a democracia.
Abaixo a política imperialista do governo estadunidense, que serve somente aos seus próprios interesses econômicos e trata com desprezo a vida e a democracia.
Professora Alessandra Fahl Cordeiro Gurgel *
*Bacharel com Licenciatura Plena em História pela PUC - SP
Professora de Educação Básica II na Rede Estadual de São Paulo, na E.E. Jardim Silvia II, Francisco Morato/SP.
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